Por Pabliane Abreu
A região da península itapagipana possui uma grande quantidade de igrejas
católicas, com estruturas arquitetônicas antigas. Desde o séc. XVIII que essa
região segue roteiros de fé e devoções.
É interessante perceber como essa região é cheia de historias, marcada
por um passado que ainda se faz presente, pois é através das suas igrejas com
arquiteturas antigas e ainda costuma celebrar homenagens aos santos venerados,
como é o caso do Nosso Senhor do Bonfim, através da Lavagem do Bonfim.
As principais igrejas da península são:
A Igreja de
Nossa Senhora da Penha de França
Que foi construída pelo
Arcebispo D. José Botelho de Mattos, em 1742, como capela de seu Palácio de
Verão. Em 1760 foi elevada à matriz da freguesia da Penha. Está localizada na
Ponta da Penha, ao lado da praia de mesmo nome.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Foi erguida pelos escravos
que não podiam freqüentar a Igreja da Penha, pois não possuíam consentimento. Ficou
pronta em 1802. E ainda continua subordinada à Igreja da Penha, que é a matriz,
é considerada capela e compartilha com a matriz o mesmo pároco.
Igreja de Nossa Senhora dos Mares
Construída primeiramente,
em 1740, em estilo barroco. A Igreja da Nossa Senhora dos Mares foi edificada
no espaço que hoje leva o nome de Largo dos Mares, implantada sobre um monte.
Após dois séculos de degradação a antiga igreja foi derrubada em 1929, e a
nova, inaugurada em 1939, agora em estilo gótico, no entanto parecida com a
original, e com uma torre de mais de 80 metros , marcada por vitrais de cores vivas.
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim
Também denominada
como Igreja Basílica do Senhor Bom Jesus do Bonfim, foi construída no séc.
XVIII, é uma marca da fé e devoção baiana, mas também conhecida como um dos principais
cartões-postais da Bahia.
A frente do seu
edifício é parcialmente forrada de azulejos brancos, oriundos de Portugal, além
de possuir também azulejos vindos de Lisboa com cenas da vida de Cristo e ricos
enfeites como:lâmpadas e tocheiros de prata.
A Igreja de Nosso
Senhor do Bonfim possui salas com lembranças das graças alcançadas com a ajuda
do santo. São duas – a do Museu dos ex-votos e a Sala dos Milagres.
Anualmente, toda quinta-feira
do mês de janeiro, após o dia de Reis, acontece a Lavagem do Bonfim, é uma
festa sacro-profana, é através da procissão que ocorre o sincretismo religioso,
ou seja, trata-se da fusão de duas ou mais religiões, havendo uma troca de
elementos de culto entre elas.
É possível verificarmos fazendo uma
análise histórica do porque ocorre esse sincretismo. Na época da colonização,
os escravos eram obrigados a aderirem à religião católica, como sendo a
religião que deveria ser cultuada, pregada, porém os escravos já possuíam a
religião do candomblé. Os escravos começaram a cultuar seus deuses através dos
santos católicos, dando nomes aos seus deuses para cada um dos santos
católicos. Por isso ocorre o sincretismo religioso, durante a lavagem do
Bonfim, porque é uma mistura de varias religiões, principalmente do candomblé e
católicos, onde ocorrem manifestações culturais.
Todos os anos,
multidões de devotos, curiosos, pessoas de distintas religiões se reúnem para
agradecer as graças alcançadas, pagar promessas e venerar a imagem do santo.
Sendo que, durante o mês de janeiro, são dedicadas missas e novenas ao Senhor
do Bonfim, Nossa Senhora da Guia e São Gonçalo.
O início do cortejo
é anunciado com a queima de fogos. O caminho da procissão tem início na Igreja
de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, passando pela península
itapagipana até chegar aos pés da colina sagrada, momento em que as baianas
lavam as escadarias com águas de cheiros.
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