Por Léia Costa
Na publicação da revista de geografia agrária no ano de 2006 no seu primeiro volume, num artigo intitulado; Trabalho, Território e Poder: por uma geografia relacional, o autor Márcio Freitas Eduardo define território como: “Toda sociedade, por mais elementar que seja, sente necessidade de organizar suas ações. Os indivíduos ou os grupos sociais ocupam diferentes pontos no espaço e se distribuem conforme modelos pré definidos, associados à dinâmica do modo de produção em determinado período histórico vigente. A interação entre os distintos locais pode ser politica, econômica e cultural, e é resultante de uma intensa combinação entre todos os elos da estrutura que formam e sustentam a dinâmica econômica e política (e suas subjetividades) em toda sua complexidade”. Neste sentido, as áreas de convivência da Península Itapagipana, fazem parte dessa integração territorial e um olhar mais atento compreenderá as belezas, os problemas e as peculiaridades particulares dessa região chamada Itapagipe.
As
enseadas de águas calmas convidam ao banho de mar na sua península. As areias
democráticas abrigam esportistas, amigos e famílias. Crianças catam conchinhas,
sob o olhar atento dos pais instalados nas barracas ou no clube Cabana do
Bogary. À noite, o destino são os largos. No Largo da Madragoa, os mais velhos
relembram os tempos de juventude, quando depois de cada sessão de cinema iam
esperar as moças para a paquera. A Praça Divina atraía as famílias em dias de
feira. Hoje é mais uma opção da noite itapagipana, atraindo visitantes de toda
a cidade. A animação dos seus bares se compara a das festas realizadas na
Visgueira, tradicional casa de seresta. Os passeios em fins de tarde inspiram
uma convivência fraternal entre os moradores, sentimento que se traduz nas
risadas serenas dos freqüentadores do banco dos vadios. O por do Sol dourado da
Ponta de Humaitá é um espetáculo à parte. Sua tranqüilidade habitual é um
convite à contemplação da vida mansa da península.
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